RELATO PESSOAL: Como Aprendi a Valorizar Minhas Escolhas Sem Me Deixar Abalar Pelas Opiniões Alheias

Uma coisa que sempre me incomodou muito, e talvez você também sinta isso, é a maneira como as pessoas respondem quando você compartilha suas escolhas ou ações com elas. Sabe aquele momento em que você decide algo ou toma uma atitude e, ao contar para alguém, essa pessoa parece sempre ter uma solução melhor? Parece que ela teria feito tudo de uma forma diferente e, claro, melhor do que você fez. Isso sempre me deixava com uma sensação ruim, uma vibração negativa que eu não gostava nem um pouco.

Vou te dar um exemplo para ilustrar melhor. Imagine que você vai a um lugar específico porque quer resolver algo, segue as orientações que te deram e faz o que achava ser o certo. Mas aí, quando conta para outra pessoa, ela logo vem com aquele famoso “Ah, mas por que você não fez isso ou aquilo? Por que não foi a tal lugar que é bem melhor?”. Comigo, isso acontecia com uma frequência impressionante. E o que eu fazia? Eu me culpava por não ter feito diferente. Era como se, de alguma forma, o que eu tinha escolhido nunca fosse bom o suficiente. Esse sentimento me consumia, me deixava ansiosa, e eu passava a me questionar sobre tudo o que eu fazia.

Com o tempo, essa situação se repetiu tantas vezes que eu comecei a me cobrar cada vez mais. Eu ficava angustiada ao ter que tomar qualquer decisão, achando que sempre poderia ter feito algo melhor. E se, por acaso, eu encontrasse alguém que questionasse minhas escolhas, lá vinha aquela sensação de ansiedade e frustração.

Até que um dia, cansada de me sentir assim, exausta dessas tentativas impossíveis de acertar em tudo, resolvi dar um passo para trás e tentar relaxar. Fiz uma mentalização, algo simples, mas que me trouxe uma clareza que eu ainda não tinha. Nessa mentalização, compreendi algo que estava bem na minha frente, mas que eu não conseguia enxergar: o que eu escolhia era o melhor que eu podia fazer naquele momento. E, muitas vezes, minhas escolhas me levavam para o mesmo caminho que as pessoas sugeriam depois. Ou seja, de uma forma ou de outra, eu acabava chegando lá.

Foi então que percebi que, sim, sempre pode haver uma maneira melhor, mas isso não significa que o que eu escolhi estava errado ou era insuficiente. Comecei a entender que o importante é fazer o que julgo ser o certo no momento em que a vida pede uma resposta. E mais importante ainda, aceitar que, mesmo que pudesse ter sido diferente, a escolha que fiz foi a melhor que eu consegui naquele instante. E está tudo bem!

Essa nova perspectiva me trouxe paz. Parei de me cobrar tanto e, aos poucos, deixei de dar tanta importância às opiniões dos outros. Claro, é bom ouvir conselhos e sugestões, mas só se isso não nos fizer sentir que nunca estamos à altura. Cada um tem seu próprio caminho, e o que é melhor para uma pessoa pode não ser o melhor para outra. E isso inclui as escolhas que fazemos diariamente.

Quando me vi diante de situações em que as pessoas sugeriam que eu deveria ter feito algo diferente, comecei a me perguntar: por que estou dando tanta importância a isso? Será que a opinião do outro é realmente tão relevante assim para o meu crescimento? Eu estava carregando o peso das expectativas alheias e me deixando levar por sentimentos de inadequação.

Foi um processo longo, mas aos poucos fui aprendendo a me desligar dessas vibrações negativas. Comecei a perceber que, muitas vezes, as pessoas que sugeriam alternativas “melhores” estavam apenas projetando suas próprias inseguranças ou necessidades de validação. E eu, sem perceber, estava absorvendo tudo isso.

Hoje, faço mentalizações diárias para me fortalecer, me centrar e acolher cada aprendizado como algo único e valioso. Aprendi a deixar com o outro o que pertence a ele. Cada um tem seu próprio caminho, suas próprias lições a aprender. E, assim como eu aprendi a respeitar minhas escolhas, aprendi a respeitar as dos outros também.

O importante é lembrar que somos todos diferentes. O que funciona para mim pode não funcionar para você, e vice-versa. E está tudo bem! Não precisamos ser perfeitos ou ter sempre as melhores respostas. Precisamos, sim, ser fiéis a nós mesmos, confiar em nossas escolhas e aprender com cada experiência. E, acima de tudo, precisamos nos lembrar de que o nosso caminho é único e válido, independente do que os outros possam pensar.

Então, da próxima vez que você se pegar se comparando ou questionando suas escolhas por causa da opinião de outra pessoa, respire fundo e lembre-se: você está fazendo o melhor que pode, e isso é o suficiente. A jornada é sua, e cada passo que você dá é importante, mesmo que, aos olhos dos outros, pudesse ter sido diferente.

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